OGBL: Concorrência desleal na construção civil provoca despedimentos na Ferrac

"A empresa de ferragem Ferrac, que conta com 180 trabalhadores, informou a OGBL da sua intenção de proceder ao despedimento de uma parte dos seus trabalhadores devido a uma importante baixa no seu caderno de encomendas. As negociações já começaram e a OGBL constata que esta situação é resultado apenas de uma concorrência desleal que atinge o sector", pode ler-se no comunicado divulgado esta sexta-feira.

Segundo a OGBL as práticas destas empresas "não respeitam as convenções colectivas e a legislação em vigor".

As infracções estendem-se às remunerações, ao tempo de trabalho, às exigências em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores.

Contactado pelo Wort.lu/pt, o secretário central do sindicato da construção da OGBL, Jean Luc De Matteis, não quis precisar o nome das empresas incumpridoras, mas diz que são luxemburguesas e estrangeiras.

"A inspecção de trabalho está com alguns processos em tribunal e não queria citar nomes, mas há empresas luxemburguesas e estrangeiras com sede nos países vizinhos e que trabalham com empresas subcontratadas. Uma dessas empresas foi denunciada há seis meses em comunicado de imprensa", explica Jean-Luc De Matteis.

"Estas práticas de escravatura moderna permitem a estas empresas oferecer preços abaixo do custo das empresas que respeitam as leis e os seus empregados", diz ainda o comunicado da central sindical, que pede uma acção ao governo para salvar os empregos na Ferrac.

"É intolerável que uma empresa luxemburguesa, como a Ferrac, que respeita os seus funcionários, as leis, os salários convencionais e o diálogo social seja forçada a despedir alguns dos seus funcionários. Isso não é por falta de trabalho no sector, mas apenas porque ela não pode lutar com as mesmas armas que a concorrência desleal. A OGBL requer uma resposta rápida do governo para permitir que a empresa Ferrac salve o maior número possível de postos de trabalho", desafia a OBGL.