Nervosismo na construção. “Empresas menos tolerantes e a sancionar mais”
Fruto da situação que o setor atravessa, de acordo com a LCGB.
É algo que a LCGB tem constatado no terreno: as empresas do ramo da construção estão a ficar “menos tolerantes” e a “sancionar mais os trabalhadores”, fruto da situação que o setor atravessa.
Em entrevista à Rádio Latina, Robert Fornieri, do departamento de construção da central sindical, disse que esta é uma tendência verificada sobretudo em pequenas e médias empresas com dificuldades financeiras. Toleram menos os erros e sancionam com mais facilidade. Sanções que, por vezes, são mesmo o despedimento.
O sindicalista diz que o verdadeiro motivo destas sanções é o contexto financeiro das empresas, embora fale de casos em que as sanções são de facto justificadas. Frisa, no entanto, que antes as empresas eram mais tolerantes, e encara esta tendência como “perigosa”.
Questionado sobre que tipo de situações têm levado a sanções, o sindicalista escusa-se a avançar detalhes, dando apenas o exemplo dos atrasos. Se antes muitas empresas aceitavam que o trabalhador começasse mais tarde e depois compensasse, agora são mais rígidas.
Outra das tendências a que o sindicato tem assistido no terreno prende-se com a redução das horas de trabalho extraordinárias, algo que é frequente no setor.
Em relação ao abrandamento da atividade na construção devido ao aumento das taxas de juto e custos de produção, Robert Fornieri prefere não usar, para já, a palavra “crise”, mas diz que o setor tem de estar atento.
De acordo com a Câmara dos Ofícios, o setor da construção poderá vir a viver “uma crise sem precedentes” depois das férias coletivas devido à quebra na atividade. Para já, os sindicatos preferem não dramatizar.
Artigo: Diana Alves | Foto: Gerry Huberty
Notícias relacionadas
Quase 100 falências por mês. Construção é o setor mais atingido
Menos construções preocupam arquitetos do Luxemburgo
Câmara dos Ofícios quer ajudas para o setor da construção antes do verão
Crise na construção? “Não podemos generalizar”
“Empresas da construção não estão a nadar em dinheiro”. Uma em cada quatro tem prejuízos