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Crise energética

Ministro da Energia. "Gás não chega caso a Rússia feche as torneiras"

O ministro da Energia apresentou esta manhã o plano do Luxemburgo para poupar 15% no gás. E pediu um esforço coletivo do Governo, autarquias, empresas e cidadãos.

© Créditos: Anouk Antony/Luxemburger Wort

"Estamos a viver tempos difíceis. O nosso stock de gás na Europa está bem, mas não chega caso a Rússia feche as torneiras". Estas foram as primeiras palavras do ministro da Energia, Claude Turmes, esta quinta-feira em conferência de imprensa de apresentação do plano de poupança energética do Governo para os próximos meses.

O ministro acrescenta que a questão da energia é um "grande desafio para a sociedade", tanto no Luxemburgo, como na Europa. O objetivo europeu, onde se inclui o Luxemburgo é o de reduzir o consumo de gás em 15%.

E, caso esse objetivo não seja alcançado, haverá medidas obrigatórias, ligadas a um plano de urgência, frisou o ministro da Energia.

Claude Turmes sublinha que o consumo de gás está diretamente ligado ao estado do tempo, mas não só. E pediu um esforço coletivo, incluindo empresas, Estado e particulares na redução do consumo energético. "Um grau a menos em casa é uma diminuição do consumo de 6%", segundo Turmes.

Para além da campanha de poupança de energia, Turmes considera que também é preciso controlar o preço da energia.

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Menos luzes e aquecimento nos edifícios públicos e comunas

Segundo o plano apresentado todas as administrações do Estado vão manter-se a uma temperatura de 20 graus este inverno e a iluminação vai também ser reduzida.

A nível comunal, a ministra do Interior, Taina Bofferding, referiu que as 102 comunas do país também esterão ativamente envolvidas na campanha. Numa primeira fase, é para agir preventivamente, nomeadamente construir de forma mais sustentável, sublinhou a ministra.

A par disto, a ministra referiu que foi elaborado um plano de emergência caso haja uma grande escassez de energia.

A iluminação nas comunas também vai ser reduzida. Bofferding deu o exemplo de umas autarquias que decidiu recorrer exclusivamente a lâmpadas LED, o que diminuiu consideravelmente a fatura. Uma ideia que poderá ser alargada a outras autarquias.

A conferência desta manhã contou ainda com a presença do presidente do sindicato comunal, Syvicol, Serge Hoffmannm, que disse estar consciente da necessidade de medidas urgentes de poupança.

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Do lado das empresas, o ministro das Classes Médias, Lex Delles, sublinhou que o tema da transição energética não é novidade, mas realçou que o momento é particularmente sensível. Delles frisou que as ajudas financeiras às empresas para fazer face ao aumento dos preços já existem, mas agora é preciso poupar em energia.

O Ministério das Classes Médias e as diferentes federações profissionais têm, aliás, ajudado as empresas a elaborar planos de poupança energética, acrescentou Delles.

O presidente da Câmara do Comércio, Fernand Ernster, admitiu, por outro lado, que para algumas empresas será difícil poupar, uma vez que a energia é o motor da produção.

Comércios têm de evitar portas abertas e fugas de ar

Os estabelecimentos comerciais são aconselhados a fechar as suas portas de entrada, para que o frio não possa entrar. Manter o aquecimento a 20 graus é outra das recomendações.

Alexandre Kieffer, da Câmara dos Ofícios, aconselhou os lojistas recorrer a uma vistoria das instalações de aquecimento, uma vez que uma pequena mudança pode fazer toda a diferença na poupança. Também controlar janelas, portas e telhados é uma medida a não desprezar para evitar fugas de energia.

Por fim, o Governo vai lançar uma campanha de sensibilização à população em geral durante este inverno para sensibilizar a população.