Médico luxemburguês recomenda cannabis a doentes oncológicos
O médico de clínica geral e político luxemburguês, Jean Colombera, assume publicamente que continua a aconselhar o consumo de cannabis aos seus pacientes que sofrem de cancro. Esta posição surge numa altura em que há uma petição na página da Internet do Parlamento do Luxemburgo que exige a legalização da cannabis medicinal para doentes graves que não tenham outra alternativa de terapêutica.
O médico e político luxemburguês Jean Colombera © Créditos: Sascha Knauf / Jean Colombera - Facebook
O médico de clínica geral e político luxemburguês, Jean Colombera, assume publicamente que continua a aconselhar o consumo de cannabis aos seus pacientes que sofrem de cancro.
Esta posição surge numa altura em que há uma petição na página da Internet do Parlamento do Luxemburgo que exige a legalização da cannabis medicinal para doentes graves que não tenham outra alternativa de terapêutica.
Em 2010, o Ministério Público de Diekirch abriu uma investigação contra Jean Colombera por alegadamente o médico “receitar de forma ilícita estupefacientes (cannabis) a um dos seus pacientes”.
A investigação foi desencadeada por uma queixa, mas o Tribunal acabou por não condenar o médico.
Agora, sete anos depois, e numa altura em que a legalização da cannabis para fins medicinais voltou ao debate público, o presidente do Partido para uma Democracia Integrativa (PID) e antigo deputado conservador do ADR, Jean Colombera admite que, apesar de ser ilegal no Luxemburgo, continua a recomendar o consumo da planta cannabis a alguns doentes.
“Continuo a aconselhá-la aos pacientes porque se os outros medicamentos não resultam há que procurar alternativas. [A cannabis] é um medicamento menos nocivo que outras drogas [medicamentos] e sem efeitos secundários como os outros medicamentos, carregados de químicos”, afirmou Jean Colombera, à RADIO LATINA.
Apesar dos antecedentes com a justiça, o médico continua a defender o uso da cannabis medicinal para patologias como “depressão, dores crónicas, insónias ou cancro”.
“A cannabis ajuda a aliviar as dores, aliviar a depressão e a acalmar”, sublinha o profissional de saúde.
Para o médico de Ettelbruck, o Luxemburgo devia inspirar-se na Alemanha que legalizou o uso da cannabis como fármaco paliativo para doença graves, desde que prescrito por médicos.
Colombera diz que há “falta de vontade política” para resolver a questão e aponta o dedo aos partidos que estão no Governo, como Déi Gréng (Os Verdes) que no passado defendeu a despenalização da cannabis para fins terapêuticos.
Na mira do líder do PID está igualmente a ministra da Saúde, Lydia Mutsch (LSAP), que já foi defensora da cannabis médica e que “agora nada faz para alterar a legislação”.
Estas declarações surgem numa altura em que o tema voltou à ribalta por causa de uma petição pública que defende a legalização da cannabis para fins medicinais.
De acordo com o autor e primeiro subscritor do documento, Kevin Raach, a substância deve poder ser receitada nestes casos, de forma a “aliviar o sofrimento dos doentes” em caso de doença crónica.
A petição pública 768 pode ser assinada até 20 de março, na página da Internet da Câmara dos Deputados (www.chd.lu).
Até ao momento, o documento foi subscrito por 665 pessoas. Se recolher 4.500 assinaturas será organizado um debate público com a presença da ministra da Saúde.