Luxemburgo é um dos 26 países da Europa onde custa mais pagar a casa
O aumento dos salários não consegue acompanhar o aumento dos preços da habitação. A diferença nos últimos cinco anos é de quase 22%. Mas em Portugal a situação é pior.
O Luxemburgo é o quarto país da Europa onde a diferença entre o aumento do preço das casas e o crescimento do rendimento familiar é maior.
No Grão-Ducado, o aumento do preço das casas nos últimos cinco anos disparou para valores tão altos que não foi conseguiu ser acompanhado pelo aumento dos salários o que se traduz em sacrifícios para muitos dos residentes que vêm o seu orçamento emagrecer muito depois de pagar a renda da casa.
Na mesma situação encontram-se outros países da Europa como Irlanda, Portugal, Suécia, Dinamarca, entre outros.
O prestigiados economista francês Eric Dor, da Escola de Negócios IÉSEG da Universidade Católica de Lille, em França, realizou um estudo sobre esta diferença, entre 2013 e 2018, em 26 países da Europa, baseando-se no rendimento líquido de uma família típica.
No Grão-Ducado, numa família composta por dois adultos com salário médio e duas crianças, a diferença do crescimento acumulado entre o preço das casas e o rendimento das famílias, de 2013 a 2018, é de 21,97%.
Entre os 28 países da Europa, o Luxemburgo é o quarto país onde a diferença é mais elevada, ou seja, os residentes perderam muito o poder de compra na habitação e têm dificuldade em pagar renda.
Mais de 1500 euros para a habitação
O Instituto Nacional de Estatística (STATEC) já tinha feito as contas este ano e chegou à conclusão que uma família com dois filhos, precisa, em média, de cerca de 1.650 euros só para pagar a casa. A maior fatia do rendimento familiar vai para a habitação.
Um outro estudo do Eurostat já tinha revelado que 24,2% do total dos gastos das famílias que residem no Grão-Ducado vai para a habitação, sendo este o décimo valor mais elevado da UE.
Portugal em pior situação
Em pior situação estão as famílias em Portugal, que se encontram no segundo lugar desta tabela, cuja diferença entre estes o crescimento destes dois valores é de 32,03%.
Os cálculos de Eric Dor revelam que em primeiro lugar, está a Irlanda, cuja diferença é 60,04%. Em terceiro, vem a Suécia, com 27,86%, e logo atrás, em quarto, o Luxemburgo. Em quinto lugar, está a Dinamarca (20,25%).
Franceses ganharam poder de compra
Já nos países vizinhos a situação é bem melhor. Na Alemanha, uma família composta por dois adultos que ganham salário médio e tenham duas crianças, a diferença entre o crescimento acumulado entre o preço das casas e o rendimento das famílias, de 2013 a 2018, é de 19,52%. Na Bélgica, esta diferença é de apenas 1,49%.
Em França, verificou-se o oposto nestes últimos cinco anos: o rendimento familiar cresceu mais do que o preço da habitação, sendo a diferença negativa de 3,02%.
Ao contrário dos residentes no Luxemburgo, os franceses ganharam poder de compra no mercado imobiliário.
Atualmente, eles são os estrangeiros que mais investem neste mercado em Portugal.
A Roménia é o país onde o rendimento familiar cresceu mais do que o preço das casas, com uma diferença negativa de 30,38%. Em penúltimo lugar vem Polónia (-22,70%) em terceiro a contar do fim a Bulgária (-16,46%).
Diferença anual de 3,7%
O economista realizou a mesma comparação, no mesmo período, mas sobre ao aumento anual médio do preço das casas em relação ao rendimento destas famílias.
Os primeiros cinco lugares do ranking mantêm-se iguais com o Luxemburgo de novo, em quarto lugar. Aqui a diferença entre o aumento das casas e o do rendimento é de 3,78%.
Mais uma vez, a liderar a tabela Irlanda (9,25%), seguindo-se Portugal (5,46%) e a Suécia (4,59%). Depois do Grão-Ducado vem, mais uma vez, a Dinamarca (3,57%).
Da mesma maneira, nesta relação, as famílias nos países vizinhos estão melhores, embora a Alemanha encontre-se apenas dois lugares mais atrás do Luxemburgo, com uma diferença de 3,34%.
A da Bélgica já é de apenas 0,28% e a da França mais uma vez negativa, mas muito pouco. Neste país, o rendimento familiar cresceu um pouco mais do que o aumento das casas, sendo a diferença de -0,28%.
Nos últimos dois lugares continuam a Roménia (-4,80%) e a Polónia (3,76%) mas aparece em antepenúltimo, a Itália (-2,71).