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Invasão russa

Luxemburgo deu 60% do seu orçamento de Defesa à Ucrânia

A revelação é de François Bausch. O ministro da Defesa disse apoiar a entrega urgente de armamento letal à Ucrânia.

François Bausch

François Bausch © Créditos: Gerry Huberty

Jornalista

“O Luxemburgo foi dos primeiros países da UE a apoiar a Ucrânia com armas letais. Fê-lo desde os primeiros dias da agressão”, disse esta quarta-feira o ministro da Defesa luxemburguês. François Bausch falava à entrada de um conselho de ministros da Defesa europeus reunidos em Estocolmo para discutir formas de apoio à Ucrânia e de enviar armamento e munições com urgência.

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Bausch salientou que o Luxemburgo entregou, em 2022, 60% do seu orçamento de Defesa para a Ucrânia. E disse ainda que é urgente o setor da Defesa da União Europeia reunir o mais depressa possível ajuda para o país que está a sofrer uma escalada da guerra. “Estamos agora numa urgência porque os próximos meses serão decisivos para a Ucrânia. Temos de concretizar e temos de tomar decisões esta manhã”, disse à entrada da reunião informal de preparação para o conselho do próximo dia 20 de março que vai juntar em Bruxelas os responsáveis da Defesa e os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membro.

“No dia 20 vão ser tomadas decisões sobre compras conjuntas de armamento e juntar as nossas forças na Europa para entregarmos armas letais à Ucrânia, porque é agora o momento para tomarmos decisões”, explicou aos jornalistas, à entrada da reunião. “Já não é tempo de falar, é tempo de agir”, considerou o luxemburguês.

Esta quinta-feira mísseis russos atingiram as cidades ucranianas de Kiev, Kharkiv e Odessa.

Europa a mudar para mentalidade e economia de guerra

Em toda a União Europeia o discurso belicista está a crescer. Na reunião de quarta-feira na capital sueca, o comissário do Mercado Interno, Thierry Breton, pediu aos ministros presentes que mudassem a maneira de pensar para uma “mentalidade de guerra”. “É absolutamente obrigatório que entremos numa economia de guerra, quer em termos de fornecimento quer de indústria de defesa”. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, falou igualmente da urgência de aumentar o fornecimento de material letal e munições para as tropas na Ucrânia e de mudar de mentalidade.

“Estamos em tempo de guerra e temos de ter uma mentalidade de guerra, lamento muito. Preferia falar de paz e de negociações de paz. Infelizmente tenho de continuar a falar de munições porque a guerra continua. Temos de manter a porta aberta a qualquer altura para negociações de paz, mas hoje temos de nos concentrar em reduzir custo e reduzir tempo de entrega de munições”, disse ao final da reunião de ontem.

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O aumento do apoio à Ucrânia numa fase que os políticos europeus consideram decisiva para o futuro do país tem vindo a recolher adeptos entre os líderes europeus. “Para a Ucrânia ganhar a paz tem que ganhar a guerra”, resumiu Josep Borrell esta quarta-feira.

Borrell disse que propôs aumentar mil milhões de euros do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para financiar a compra de munições para a defesa ucraniana. Essa proposta será votada no Conselho Europeu de 23 de março. Vai ser igualmente votada uma proposta da Estónia de haver uma compra conjunta de armamento e munições para entregar à Ucrânia.

Além do envio de material de guerra, a União Europeia tem treinado soldados ucranianos na Polónia. Até ao fim de 2023 terão recebido treino militar especializado 30 mil militares ucranianos.