Contacto

Islão é a segunda religião no Luxemburgo

Presente há quase 40 anos no Luxemburgo, o Islão é a segunda religião no país. Actualmente conta com dez mesquitas e "entre oito a 12 mil fiéis". Esta é uma estimativa com base num estudo dos valores europeus", disse a especialista em Ciências da Religião da Universidade do Luxemburgo, Lucie Waltzer.

O Islão no Luxemburgo é essencialmente europeu, dos Balcãs

O Islão no Luxemburgo é essencialmente europeu, dos Balcãs © Créditos: AFP

"O Islão é a segunda religião do Luxemburgo. Mas o que realmente temos aqui é um Islão europeu, proveniente essencialmente dos Balcãs, depois da emigração na década de 1970 e, principalmente, com a chegada dos refugiados na década de 1990", explica Lucie Waltzer em entrevista ao jornalista da versão francesa do Wort.lu Maurice Fick.

Já se o Islão não é tão visível no Luxemburgo tem a ver com o facto de "ser proveniente dos Balcãs. Deve-se lembrar que era uma região comunista e que a religião foi aí muito reprimida, o que favoreceu uma experiência mais privada da religião ", acrescenta a doutorada em Ciências Sociais, que é também comissária da exposição "O Islão no Luxemburgo - Islão do Luxemburgo", patente no Centro de Documentação sobre as Migrações Humanas, em Dudelange, até 28 de Julho.

A exposição, que pode ser visitada de quinta a domingo, entre as 15h e as 18h, mostra o rosto de um Islão quase imperceptível no Luxemburgo, o seu estabelecimento no país e as bases da religião muçulmana.

É composta por um filme com entrevistas de muçulmanos que vivem no Luxemburgo, que falam sobre os seus princípios religiosos e educacionais. Os visitantes vão poder também descobrir as diferentes facetas do Islão no Luxemburgo, as associações muçulmanas, as ligações entre o Estado e a comunidade muçulmana, locais de culto e sua história no Grão-Ducado.

"O Islão no Luxemburgo - Islão do Luxemburgo" destaca igualmente os estereótipos que existem sobre o Islão como religião vivida, o Islão político ou o Islão da subordinação das mulheres: "Uma ideia frequentemente veiculada nos meios de comunicação social mesmo que seja falsa!", explica a comissária da exposição.

O objectivo é "mostrar como o Islão é vivido no dia-a-dia para mudar as ideias do Islão que possam existir nas cabeças das pessoas", conclui Lucie Waltzer.