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Governo surpreendido com fecho de fronteiras em Echternach e Dasburg. "Transfronteiriços são vitais", diz Asselborn

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean Asselborn, mostrou-se hoje desapontado com o fecho da fronteira com a Alemanha, a norte do país.

© Créditos: Guy Jallay/Luxemburguer Wort

(Notícia atualizada às 16:26. Por lapso mencionámos no título e corpo do artigo "Ettelbruck" em vez de Echternach. Pedimos desculpa aos nossos leitores.)

O governo luxemburguês mostrou-se surpreendido com o fecho da fronteira a norte do país com a Alemanha, em Echternach e Dasburg. O mesmo foi confirmado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros ao Contacto.

Em conferência de imprensa esta tarde, Jean Asselborn afirmou que foi apanhado de surpresa com o fecho da fronteira a norte do país com a Alemanha, em Echternach e Dasburg. O governo luxemburguês está em conversações com o homólogo alemão de forma a assegurar que estas fronteiras se mantêm abertas "de forma a que os transfronteiriços não tenham que fazer desvios que poderão ser mais de 70 quilómetros. "Estamos a estudar soluções para os casos em que os nossos trabalhadores não possam passar em certas fronteiras", indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Grão-Ducado.

O encerramento da fronteira com a Alemanha através de Echternach aconteceu na noite passada, passando a ser necessário um formulário para atravessar esta barreira terrestre.

"Somos um país que depende dos trabalhadores transfronteiriços, com 200 mil por dia a atravessarem a fronteira. Fechar as fronteiras seria muito grave para o nosso país", porque os transfronteiriços são "vitais para o sistema de saúde", vincou o governante.

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Asselborn confirmou também o encerramento das fronteiras exteriores do bloco europeu, decisão tomada pelos 27 ministros da União Europeia por videoconferência. "As pessoas podem circular livremente no espaço Schengen mas hoje em dia vivemos um período excecional", disse Jean Asselborn.

"15 países entre 26 têm controlo de fronteiras e estas foram fechadas" devido ao Covid-19, informou o governante, ao mesmo tempo que assegurou que a medida não trará situaçoes de discriminação.

Com esta pandemia "vivemos numa situação excecional e podem imaginar a situação da Síria, onde continuam os bombardeamentos e vamos ter uma reunião do Conselho Europeu em junho", adiantou. "A ajuda humanitária é crucial para a Síria e não pode parar".

"No seio da União Europeia necessitamos de medicamentos, de material de prevenção e com as fronteiras fechadas têm existido problemas para o material chegar aos destinos, aos países que precisam", reconheceu ainda. E deu o exemplo os doentes graves que serão transferidos dos hospitais da região francesa de Grand Est para o Luxemburgo.

Ler mais:Covid-19. "A nossa situação é mais séria. Há o risco do país ficar sem profissionais de saúde" durante a epidemia

Jean Asselborn afirmou também que há mais de 300 cidadãos à espera de serem repatriados para o Grão-Ducado. "Temos uma equipa a tratar deste processo e encontraremos a melhor forma de o fazer" assegurou. E salientou o caso particular de Cabo-Verde. "Vamos organizar-nos com a LuxAir para um voo a Cabo Verde para trazer de volta os residentes do Luxemburgo", concluiu.

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