Findel. Dos testes obrigatórios à "desativação" do centro PCR
Com a imposição dos testes negativos à covid-19 para entrar no Luxemburgo, acabaram os vouchers no momento do desembarque. O centro de testes PCR foi desativado "temporariamente". Restam os testes rápidos para os viajantes que chegam de fora da Europa. Agora, com um custo de 10 euros.
O antigo centro de testes covid no Findel é agora um espaço vazio. © Créditos: António Pires
Bastou uma semana para que o Ministério da Saúde mudasse a estratégia. Se há quatro dias o gabinete da ministra Paulette Lenert assegurava ao Contacto que o centro de testes PCR de Findel era para manter, a imposição dos testes negativos para entrar no país obrigou a uma revisão logística. "A instalação de testes em grande escala no aeroporto está temporariamente fechada desde 29 de janeiro", confirmou o Ministério.
"Esta oferta já não é necessária nesta fase, pois desde a mesma data, qualquer pessoa, independentemente da sua nacionalidade, com 6 anos ou mais, que deseje viajar de avião para o Grão-Ducado, deve apresentar resultados negativos de um teste de deteção viral PCR, realizado menos de 72 horas antes do voo, no momento do embarque", sintetiza.
Custos associados
Na prática, acabaram os vouchers no momento do desembarque. O centro PCR foi desativado "temporariamente" e mesmo os testes rápidos só estão acessíveis aos viajantes que chegam de países exteriores à União Europeia. "Qualquer pessoa que viaje de avião de um país terceiro deve submeter-se a um teste adicional de antigénio viral à chegada ao aeroporto do Luxemburgo. Esta oferta de teste permanecerá, portanto, em vigor, mas será sujeita a uma taxa de 10 euros", clarifica o Ministério da Saúde, pondo fim ao período do rastreio sem custos associados que vigorava desde maio no aeroporto do Findel.
"Hoje já fecharam, só voltam amanhã", comentava, pouco depois das 16h, uma funcionária da limpeza do aeroporto quando confrontada, na última sexta-feira, com o vazio que tomou conta das baias e dos gabinetes improvisados que continuam montados na área das chegadas. Mal sabia que a intenção do Governo passa por reorientar as dezenas de profissionais de saúde para os lares de idosos, onde, de resto, se deve concentrar a terceira fase da campanha de despistagem em larga escala, a par dos estabelecimentos de ensino.
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Sem teste, não embarca
Sem um teste negativo traduzido numa das três línguas oficias do Grão-Ducado – francês, alemão e luxemburguês – os passageiros ficam em terra, sendo-lhes negado o embarque em direção ao país. Nem os certificados de residência ou a nacionalidade isentam os passageiros que, no caso português, são obrigados a desembolsar cerca de 150 euros para obter a prova exigida. Numa altura em que os especialistas luxemburgueses apontam para um eventual terceiro pico de infeções associado à propagação das novas variantes da covid-19, o objetivo é limitar as saídas e as entradas no país pelo menos durante um mês.
Debandada aérea
Sem "problemas de maior a registar" até ao momento, a Luxair assume que, procedeu a uma "diminuição de 80% da capacidade em relação a fevereiro de 2020", face às novas imposições. Em resposta ao Contacto, a companhia luxemburguesa garante que o "balanço destes primeiros dias foi muito positivo", sem revelar quantos passageiros foram impedidos de embarcar com destino ao Findel.
"A Luxair contactou pessoalmente e enviou vários lembretes aos passageiros que viajavam numa data próxima da implementação da medida", revela a transportadora para justificar a aparente acalmia que se tem registado nos embarques. O check-in online ainda é possível. A grande diferença é o cartão de embarque que passa a ser recolhido ao balcão.
Alternativas
Embora reitere que "sem teste, não há embarque", a Luxair compromete-se a não deixar ninguém sem alternativas, permitindo aos viajantes remarcar a viagem sem qualquer taxa adicional, isto, "se a tarifa original já não estiver disponível". O procedimento é "simples". Caso tenha reservado o voo diretamente à Luxair, deve entrar em contacto com a companhia. Se, pelo contrário, fez a marcação numa agência de viagens, será o intermediário a solucionar a questão.
Menos voos
No mesmo sentido, confrontada com o encerramento das fronteiras portuguesas por um período de quinze dias, a TAP também fez saber que pretende deixar 93% da frota estacionada este mês, não especificando com que regularidade pretende assegurar as ligações para o país onde a comunidade portuguesa é das mais expressivas. As low-cost também estão a reduzir a oferta. Este mês, tanto a Ryanair como a EasyJet só voam duas vezes por semana, ambas à sexta-feira e ao domingo.