"Cantar faz-me esquecer as dores"
Não são profissionais, mas partilham a vontade de cantar. Vivem no Luxemburgo, mas vêm de países diferentes. Na capela da Amitié Plurielle Luxembourg, em Hamilius, o mundo junta-se para cantar gospel.
"Quem canta, seus males espanta", e Avigília Monteiro assim o faz. Com 71 anos, a cabo-verdiana decidiu juntar-se a um coro de gospel e soltar a sua voz escondida. "A primeira vez que vi gospel foi na televisão", conta. "Fiquei toda encantada". Pouco tempo mais tarde, recebeu um convite para fazer parte do projeto e aceitou. "Há músicas que nos fazem levantar voo e ficar ali a planar", diz Lydia Atyam, originária dos Camarões. "É um prazer mesmo puro".
Criado em finais de abril deste ano, pela organização não-governamental Amitié Plurielle Luxembourg, o coro já conta com cerca de vinte pessoas, de 15 nacionalidades: Brasil, México, Portugal, Rússia, Alemanha, Congo, Eritreia, e por aí fora. "Na música, a língua não é uma barreira", explica o regente do coro, Robert Bodja, refugiado togolês de 58 anos. "Primeiro temos de gostar da canção. Compreender o significado daquilo que estamos a cantar vem depois".
Vagília admite que na maior parte das vezes não sabe o que está a cantar, mas não se importa. "Eu gosto de estar aqui. Faz-me bem".
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