Aumento de casos de assédio moral: Associação quer legislação na matéria
A associação luxemburguesa de luta contra o assédio moral no local de trabalho, a Mobbing asbl alerta para um aumento dos casos no Luxemburgo e reivindica uma legislação específica na matéria.
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"Apenas uma lei ad hoc [especificamene criada para esse feito, ndR] pode travar a evolução deste faleglo que é o assédio moral", argumenta a associação Mobbing, que justifica a exigência com um aumento do número de casos no país.
"Desde o início do ano, recebemos já 107 dossiers de assédio moral, quando, em termos comparativos, no mesmo período de 2012, tinhamos recebido metade dessas queixas, cerca de 54", revela a associação em comunicado, hoje emitido.
A associação acrescenta ainda "em 20 destes casos, as vítimas pensaram em suicidar-se, e cinco tentaram mesmo acabar com a própria vida".
A associação Mobbing diz querer aproveitar este momento de campanha para as eleições legislativas de 20 de Outubro para sensibilizar os partidos políticos para esta problemática, cuja amplitude tem vindo a crescer e que mina a sociedade.
Cerca de 81 % das vítimas são mulheres
Um estudo efectuado este ano pelo Statec revela que 69% das vítimas de assédio moral no local de trabalho são mulheres e a maioria (66%) tem entre 30 e 39 anos.
O Serviço de Estatísticas do Luxemburgo indica igualmente que 81% das vítimas que se queixam de assédio moral residem no Grão-Ducado, que 47% tem nacionalidade luxemburguesa e 23% de nacionalidade francesa.
As vítimas deste flagelo trabalham, em grande parte (88%) no sector privado. Cerca de 38% das queixosas tem esse emprego há menos de cinco cinco anos.
Assédio moral também afecta jovens
Ainda, na semana passada, a ministra da Educação dizia-se preocupada pela problemática do assédio moral junto dos jovens.
Em vésperas de regresso às aulas, Mady Delvaux-Stehres revelava que o fenómeno já chegou igualmente às escolas no Luxemburgo, via as redes sociais e as tecnologias da comunicação utilizadas pelos jovens.
O fenómeno tem até já uma denominação oficial: "ciber-intimidação" ou "violência numérica".
Segundo um estudo recente que analisa dados do Benelux (Bélgica, Países baixos e Luxemburgo) em 2010, entre 8 e 10,4% dos alunos entre os 12 e os 24 anos já foram vítimas de assédio moral por mensagem electrónica, na internet ou nas redes sociais.
"Cerca de 3,8 a 4,4% dos jovens interrogados diz mesmo ser regularmente assediado", revelava igualmente a ministra, em resposta a uma questão parlamentar da deputada Christine Doerner (CSV).
"Há um projecto-lei em preparação para este tipo de casos", informou também a ministra. "O diploma prevê, por exemplo, o delito de usurpação de identidade", frequente neste tipo de casos de assédio moral na internet.