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Xavier Bettel contra redução do horário semanal de trabalho

O primeiro-ministro declarou que se for reeleito nas legislativas de outubro não vai incluir a semana de trabalho de 36 horas na agenda do Governo.

O primeiro-ministro diz que a redução de horário de trabalho deve ser discutida particularmente entre o trabalhador e o chefe.

O primeiro-ministro diz que a redução de horário de trabalho deve ser discutida particularmente entre o trabalhador e o chefe. © Créditos: Pixel/Laurent Blum

O primeiro-ministro Xavier Bettel voltou a manifestar-se contra a semana de 36 horas, numa entrevista à RTL, na sexta-feira. Se for reeleito nas eleições legislativas de outubro, a redução do horário laboral não será tema que constará da sua agenda de trabalhos, afirmou.

Já no dia 1 de janeiro, também em entrevista à televisão luxemburguesa, o primeiro-ministro disse o mesmo: enquanto estiver no poder não haverá redução do horário de trabalho no Luxemburgo.

"Não haverá redução das horas de trabalho connosco. Penso que deve continuar a ser feito 'à la carte'. Se eu quiser trabalhar mais ou menos, posso falar com o meu chefe", declarou na altura, onde expressou o desejo de governar pela terceira vez.

"Se eu tiver a oportunidade de ser primeiro-ministro após as eleições, aceitarei o meu mandato", anunciou.

Ministro do Trabalho defende redução

Contudo, o seu ministro do Trabalho, Georges Engel é um acérrimo defensor da semana de trabalho de 36 horas. "Trabalhamos para viver. Não vivemos para trabalhar" declarou Georges Engel recentemente numa conferência do seu partido. A discussão sobre a melhor forma de reduzir as horas de trabalho deverá começar em breve, e terá como ponto de partida os resultados de um estudo sobre este tema realizado pelo Liser que deve terminar este mês, segundo anunciou o ministro.

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Passar das 40 horas semanais de trabalho para as 36 horas vai permitir "um melhor equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada" que é atualmente a "base de todas as reflexões", afirmou ao Contacto o ministro há um ano.

Apesar do governante defender uma "redução geral", haverá alguns setores, como a construção que necessitam de maior flexibilidade. Por isso, Georges Engel prevê a criação de um quadro legal nacional, a partir do qual, serão estudadas e encontradas formas adequadas a todos os setores ou empresas.

Com as eleições em outubro, dois cenários se colocam: ou esta possibilidade cai e fica adiada, ou vai continuar a ser discutida e tem meios para avançar e tornar-se uma realidade no Luxemburgo, à semelhança da vizinha Bélgica.