UE. Média de anos de vida laboral esperada diminui pela primeira vez em duas décadas
Luxemburgo foi um dos países que contrariou a tendência e onde subiu o número de anos que as pessoas podem esperar fazer parte da força de trabalho (como empregados ou desempregados), ao longo da sua vida.
© Créditos: Lex Kleren/Luxemburger Wort
Em 2020, a duração média da vida laboral esperada, a partir dos 15 anos, foi de 35,7 anos, na União Europeia (UE), o correspondente a 0,2 anos menos do que a média de 2019 (de 35,9 anos) e a uma descida em duas décadas, revela um estudo publicado esta quinta-feira, 1 de julho, pelo Eurostat.
Segundo o gabinete de estatísticas europeu, esta é a primeira vez desde o ano 2000 que a duração média esperada da vida de trabalho diminui.
O número de anos que as pessoas podem esperar fazer parte da força de trabalho ou população ativa (empregados ou desempregados), ao longo do seu percurso de vida, sofreu uma redução, em termos médios, em 2020. Facto a que não foi alheio o impacto da crise da covid-19.
"Pessoas que teriam estado disponíveis para trabalhar e teriam procurado emprego, podem ter desistido da sua procura devido às baixas expectativas de retorno, e, consequentemente, estar fora da força de trabalho, reduzindo a duração esperada da vida ativa", sinaliza o Eurostat.
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Apesar da descida global, o Luxemburgo foi um dos países que contrariou essa tendência, registando uma esperança média de vida laboral de 34,1 anos, face a 33,9 em 2019.
Na última década, só em 2016 e 2017 é que o Grão Ducado teve uma ligeira descida dessa estimativa, face ao percurso sempre ascendente entre 2015. Nesse ano, a esperança média de vida laboral foi de 33,5 anos, descendo para 33 em 2016, e 33,2, em 2017, voltando a subir para os 33,5 em 2018 e aumentando gradualmente desde então.
Já Portugal alinha com a tendência europeia de descida, em 2020, tendo a esperança média de vida laboral, no país, sido de 37,6 anos, em comparação com os 38,3 de 2019 e 38 de 2018. Ainda assim, a estimativa de 2020 foi superior à dos anos da troika, quando se registaram as únicas inversões de crescimento, na última década (entre 2011 e 2019), tendo a esperança média de vida laboral em 2013 e 2014 sido de 36,6 e 36,7, respetivamente.
Vida laboral mais longa na Suécia e mais curta em Itália
Entre os Estados-Membros da UE, a Suécia, os Países Baixos e a Dinamarca tiveram a duração de vida laboral mais longa prevista em 2020 (42, 41 e 40 anos, respetivamente), refere o Eurostat.
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Estes foram os únicos três Estados-membros da UE onde a duração esperada da vida laboral foi de 40 anos ou superior a isso.
Logo a seguir a estes países surgem a Estónia (39,2 anos), Alemanha (39,1 anos) e a Finlândia (38,8 anos).
No extremo oposto, com a duração esperada da vida laboral mais curta estão a Itália (31,2 anos), a Grécia e a Croácia (ambas com 32,8 anos), a Bélgica (33,4 anos) e a Bulgária (33,5 anos).
Diferença entre géneros diminuiu
O Eurostat analisa ainda o fosso entre géneros, assinalando que este diminuiu de forma lenta mas firme, na UE, entre 2000 e 2020.
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Em média, ao longo das últimas duas décadas essa diferença passou de de 7,1 anos, em 2000, para 4,8 anos, em 2020, com a vida profissional esperada para as mulheres a aumentar mais anos (+4,5 anos) do que a dos homens (+2,2 anos) durante o mesmo período.
Assim, em 2020, a duração média prevista da vida profissional era de 38 anos para os homens e 33,2 para as mulheres, no conjunto de países da UE.