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Taxas de juro sobem. Saiba que impacto podem ter na prestação da casa

O aumento das taxas de juro do BCE tem impacto na Euribor, sendo esperado um agravamento no valor da prestação das casas.

© Créditos: Anouk Antony/Luxemburger Wort

Fonte: Redação

(Notícia atualizada às 16h00 com a decisão do BCE sobre o valor do aumento das taxas de juro)

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira o aumento em 50 pontos base das suas três taxas de juro diretoras. Esta foi a primeira subida em 11 anos e tem como objetivo travar a inflação.

A taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0% para 0,50%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica agora em 0,75% e a taxa de depósito que estava em terreno negativo (-0,50%) sobe para 0%. Esta subida terá efeitos a partir de 27 de julho.

O aumento das taxas de juro do BCE tem impacto nas subidas e descidas da Euribor, pelo que é esperado um agravamento no valor da prestação das casas para quem tem crédito à habitação.

Ler mais:Preços da habitação baixaram em algumas zonas do país

Esta quinta-feira, as taxas Euribor já subiram a três meses para um novo máximo desde outubro de 2014, tendo descido a seis e a 12 meses, prazos que, na quarta-feira, atingiram novos máximos desde setembro e agosto de 2012, respetivamente.

De acordo com a agência Lusa, a Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou esta quinta, ao ser fixada em 0,145%, mais 0,020 pontos e um novo máximo desde outubro de 2014.

A média da Euribor a três meses tinha subido de -0,386% em maio para -0,239% em junho.

Em sentido contrário, a taxa a seis meses, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, baixou esta quinta para 0,632%, enquanto que a 12 meses também recuou, fixando-se em 1,142%.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro. A tendência acabou reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro.

Taxas fixas também subiram

Segundo dados divulgados a semana passada pelo atHomeFinance, ramo do portal imobiliário luxemburguês atHomeGroup, após um aumento muito forte em junho, as taxas fixas em 30 anos estabilizaram-se nos 3,5%.

Já tinham subido acentuadamente desde o início do ano, de 1,4% no início de janeiro para 2,8% no início de abril, nota o portal em comunicado.

Segundo o grupo imobiliário, este forte aumento em apenas seis meses levou muitos residentes a suspender ou rever os seus planos de compra de habitação, com recurso ao crédito.

Em comparação com o início de janeiro, é agora necessário pagar mais 875 euros por mês por um empréstimo de 30 anos a taxa fixa de 800.000 euros, de acordo com a análise do portal.

Ler mais:Quanto vale a sua casa no Luxemburgo?

"Apesar do aumento contínuo das taxas fixas, as taxas variáveis continuam a ser de 1,4%. No entanto, deverão aumentar em julho com a subida das taxas diretoras do Banco Central Europeu", sublinhou Yann Gadéa, chefe dos Corretores de Hipotecas da atHomeFinance.

Quanto poderá ficar o empréstimo?

Com o aumento dos juros do BCE e o seu impacto nas taxas variáveis da Euribor, que podem fazer subir a prestação depois de já ter contraído o empréstimo, a taxa fixa pode ser vista como uma alternativa estável, ainda que mais alta, por quem procura adquirir habitação com recurso a crédito.

Através da atHomeFinance, aquele portal imobiliário lançou um novo simulador para avaliar as condições de empréstimo, com base em taxas fixas atualizadas todas as semanas e parâmetros que podem ser modificados a qualquer momento, como o rendimento, o montante de capital próprio que a pessoa pode avançar e o preço de compra do imóvel desejado.

O simulador está disponível neste link.