Porque é que os preços dos combustíveis continuam a aumentar apesar da intervenção do Governo?
O Ministério da Energia esclareceu a questão que poderá estar na cabeça de muitos.
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(Notícia atualizada a 21 de maio às 07h27.)
É a pergunta que paira na cabeça de muitos atualmente. Apesar da intervenção do Governo luxemburguês nos preços dos combustíveis em bomba - uma redução de 7,5 cêntimos por litro - , os preços continuam a oscilar quase todos os dias. Esta quinta-feira a gasolina 98 voltou a aumentar para os 2,061 euros, valores nunca antes registados no país. Esta sexta-feira voltaram a descer.
O gasóleo também chegou aos 2 euros por litro em março passado - também um preço recorde - estando atualmente nos 1,745 euros por litro. Foi esta forte subida que impulsionou, aliás, a reunião entre o Governo e parceiros sociais (tripartida) para encontrar soluções para minorar o impacto dos aumentos drásticos nos consumidores. Aumentos onde também se incluem os preços do gás.
Mas por que é que apesar da intervenção governamental os preços dos combustíveis continuam atualmente a oscilar? O Ministério da Energia explica ao Contacto que "o preço em bomba está diretamente relacionado com o preço do petróleo que é vendido no mercado mundial, um mercado muito volátil atualmente", refere Paul Matzet, do gabinete de imprensa de Claude Turmes.
Quer isto dizer que se não fosse a redução governamental de 7,5 cêntimos por litro, a título de exemplo, a gasolina 98 custaria 2,811 em vez de 2,061, esclarece o gabinete de Claude Turmes. Desta forma, sempre que há um aumento, seja qual for o combustível, este poderia ser 7,5 cêntimos mais elevado do que o preço afixado. A compensação financeira para os combustíveis em bomba ficará em vigor até 31 de julho para a gasolina e o gasóleo, e até 31 de dezembro para o caso do gasóleo de aquecimento.
A invasão russa da Ucrânia, cujas sanções puseram a descoberto a dependência europeia do petróleo russo, provocaram uma subida drástica dos preços dos produtos petrolíferos. Mas tal já vinha a acontecer mesmo antes da guerra.
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"O mercado já estava volátil antes da guerra, impulsionado pela pandemia, em que a produção económica foi reduzida drasticamente devido aos confinamentos, seguido por um forte crescimento económico e uma maior procura de produtos petrolíferos", refere Paul Matzet. Situação que provocou esta subida dos preços.
A redução de 7,5 cêntimos no preço dos combustíveis em bomba foi uma das medidas do pacote de energia aprovado pelo Governo e os parceiros sociais na reunião da 'tripartida' em março passado (OGBL ficou de fora do acordo). Estas e outras medidas têm como objetivo fazer frente à escalada dos preços da energia e o forte impacto no bolso das famílias.