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Mercado de trabalho

Novas gerações colocam felicidade à frente do trabalho

Um inquérito mundial garante que as novas gerações estão mais atentas ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. No Luxemburgo, a maioria dos trabalhadores está satisfeita com o atual emprego.

Um novo estudo mundial da Randstad, empresa líder de serviços de Recursos Humanos, avança que o perfil típico do trabalhador está a mudar, muito por causa das novas gerações, sobretudo a 'geração Z' (jovens nascidos depois de 1995) e os millennials (nascidos entre os anos 1980 e os anos 1990). O inquérito contou com entrevistas a 35 mil trabalhadores de 34 países.

As novas gerações colocam, assim, o bem-estar pessoal acima do trabalho, com 40% da geração Z e 38% dos millennials a garantirem que preferem estar desempregados a estar infelizes.

Incerteza do futuro profissional não assusta os mais novos

De facto, a incerteza do futuro profissional não assusta os trabalhadores mais novos, com mais de metade dos jovens inquiridos (56% da geração Z e 55% dos millennials) a afirmarem que deixariam o seu emprego se isso os impedisse de gozar a vida. Isto porque um emprego "para a vida" já não é a grande prioridade. Quase um terço dos novos trabalhadores (32% da geração Z e 28% dos millennials) estão abertos a novas oportunidades e ativamente à procura de um novo trabalho.

Segundo a empresa de RH, os jovens admitem que o "equilíbrio de poder no mercado de trabalho atual está a seu favor", com quase metade (49%) dos inquiridos a acreditar que se perdesse o emprego agora, encontraria outro rapidamente.

O Grão-Ducado, um dos países participantes, segue esta mesma tendência. Os trabalhadores inquiridos são menos suscetíveis de colocar a vida privada à frente do trabalho (50% em comparação com 58% em todos os países). No entanto, entre os 25-34 anos essa percentagem sobre para 56%.

Resultados devem servir como um alerta para os empregadores

Para o CEO do Grupo Randstad, Sander van 't Noordende, "estes resultados devem servir como um alerta para os empregadores. Os jovens querem investir em si, mas esperam agora muito mais das empresas do que antes. Acabou-se a permanência num emprego que já não lhes convém ou o sacrifício da sua vida pessoal pela carreira.

"As prioridades estão a ser repensadas", afirma, em comunicado. E as entidades têm de acompanhar estas necessidades, considera a Randstad. "Num contexto de escassez de talentos, as empresas têm de repensar a sua abordagem para atrair e reter pessoal, ou enfrentar uma competição séria", garante o CEO.

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Flexibilidade de horário e aumento salarial: fatores importantes no Luxemburgo

Os dados em relação ao mercado de trabalho no Luxemburgo apresentam algumas nuances. O estudo observa alguma conformidade e satisfação geral dos inquiridos que trabalham no país.

Setenta e sete por cento dizem que querem manter-se no atual empregador, valor bem acima da média mundial (60%), e apenas 14% estão ativamente à procura de um novo emprego (contra 22% da média mundial).

Alguns fatores contribuem para a vontade de permanecer na mesma empresa, nomeadamente a maior flexibilidade de horas ou aumento salarial. Isto é claro nos números, com 80% dos trabalhadores luxemburgueses a afirmarem terem tido um aumento salarial em 2021 e 72% conseguiram maior flexibilidade no horário de trabalho.

Os dados demonstram, por outro lado, que as questões de bem-estar pessoal ou valores éticos ainda não têm expressão no Grão-Ducado, quando comparadas com os valores mundiais.

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Dezasseis por cento dos entrevistados diz preferir não ter um emprego do que não se sentir bem no trabalho, sendo que a média de todos os países é de 33%. Metade valoriza a vida privada em detrimento do trabalho, acima da média mundial de 58%. E se ganhar dinheiro não fosse uma obrigação, apenas 40% dos entrevistados escolheriam não trabalhar (contra 48% do valor médio de todos os países).

No que diz respeito a valores éticos, um quarto (25%) dos trabalhadores no Luxemburgo recusaria um trabalho numa empresa que não está comprometida com o desenvolvimento sustentável (contra 39%). A tendência é mais acentuada apenas entre a geração Z (33%).

O inquérito foi realizado entre 21 de fevereiro e 13 de março nos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, França, Itália, Holanda, Espanha e Suécia. Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo, Noruega, Suécia, Suíça, Países Baixos Suíça, Países Baixos, Reino Unido, França, Grécia, Itália, Espanha, Portugal, Austrália, China Austrália, China, Hong Kong, Índia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Singapura, República Checa, Hungria, Polónia, Turquia, Roménia, Argentina, Brasil, Chile e México. Chile e México.