Contacto

Morreu Bernie Madoff, o maior burlão da história de Wall Street

O financeiro cumpria uma pena de 150 anos de prisão por encabeçar uma fraude de mais de 64 mil milhões de dólares graças a um esquema em pirâmide que construiu durante quase meio século.

© Créditos: AFP

Bruno Carlos Amaral De Carvalho

Bernie Madoff é o nome associado ao crash financeiro de 2008. No ano seguinte, o financeiro foi condenado a 150 anos pela maior burla da história feita por uma só pessoa. Um esquema em pirâmide durante 45 anos defraudou empresas, bancos, fundos de investimento e associações humanitárias em mais de 64 mil milhões de dólares.

As autoridades prisionais norte-americanas confirmaram a morte do homem de 82 anos que se encontrava numa prisão federal em Butner, na Carolina do Norte. Tinha pedido clemência este ano mas foi em vão. Em fevereiro de 2020, os advogados pediram a libertação antecipada do empresário, citando como motivos não apenas os riscos da pandemia da Covid-19, como o facto de estar a sofrer de uma doença renal em estado terminal, para além de ter hipertensão e dificuldades cardíacas.

Entre as vítimas da burla, estavam também os atores Kevin Bacon, Kyra Sedgwick e John Malkovich, o jogador de basebol Sandy Koufax e uma instituição de caridade associada ao realizador de cinema Steven Spielberg. Os proprietários dos New York Mets, clientes de longa data de Madoff, lutaram durante anos para manter a equipa devido a perdas financeiras do seu investimento no esquema fraudulento.

Madoff, sinónimo de sucesso financeiro durante décadas confessou à sua família as fraudes que vinha cometendo desde há 45 anos e o império ruiu como um baralho de cartas. Mas a sua vida familiar também: o filho mais velho suicidou-se e o mais novo morreu de cancro. A mulher deixou de o visitar na prisão e as suas noras e netos mudaram os apelidos. Tentaram reconstruir as suas vidas o mais longe possível deste tóxico apelido.

Duas semanas após a confissão do vigarista, ele e a sua esposa, tentaram suicidar-se na sua penthouse em Manhattan, afirmou Ruth Madoff numa entrevista ao The New York Times. Durante os dois primeiros anos, Ruth visitou o marido na prisão. Mas no dia 10 de dezembro de 2010, o segundo aniversário da detenção do burlão, Mark Madoff, o filho mais velho do casal, foi encontrado enforcado na sua residência no Soho.