Luxemburgueses gastaram mais em transportes do que em comida
Nos primeiros meses de 2020 os transportes públicos, no país, ainda não eram gratuitos.
Mais de 60% (60,6%) dos orçamentos familiares, no conjunto da União Europeia (UE) foram gastos em habitação, alimentação e transportes.
Os dados do último Inquérito aos Orçamentos Familiares (HBS, na sigla em inglês), divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat, mostram que, no ano de 2020, em 23 países da UE, aqueles 60,6% foram gastos, maioritariamente, em habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (32,7%), seguindo-se a alimentação e bebidas não alcoólicas (17,1%) e os transportes (10,8%).
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As despesas com habitação, água, eletricidade, gás e outras fontes de energia representaram, de resto, a maior percentagem dos orçamentos familiares na grande maioria dos países da UE, chegando aos 49,2% na Hungria (acima da média comunitária). No Luxemburgo, essa área absorveu 35,1% dor orçamento familiar, em 2020.
Contudo, o Grão-Ducado está entre os poucos países - juntamente com a Dinamarca, Alemanha, Áustria e Eslovénia -onde os residentes gastaram mais com os transportes do que com a alimentação. Recorde-se que, além dos gastos com viaturas próprias, nos primeiros meses de 2020 os transportes públicos, no país, ainda não eram gratuitos. A medida entrou em vigor a 1 de março, pouco antes da pandemia e das restrições sanitárias, que incluíram limitações à mobilidade e circulação.
Nesse ano, as despesas com transportes consumiram 16,3% do orçamento familiar luxemburguês, enquanto a alimentação e as bebidas não alcoólicas representaram 9,4% dos gastos.
Em contrapartida, na Estónia e em Malta a alimentação e as bebidas não alcoólicas representaram, em 2020, a área mais importante, absorvendo 22,3% e 19,8% do orçamento familiar, respetivamente.
Luxemburgo com maior despesa de consumo média por pessoa
Além de ser uma das exceções no conjunto dos 27, no que se refere ao facto do orçamento despendido para os transportes ultrapassar o da alimentação, em 2020, o Luxemburgo teve também a despesa de consumo média por pessoa mais elevada da UE - enquanto a Bulgária registou mais baixa.
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Os dados hoje divulgados pelo Eurostat mostram ainda que um quinto (20,4%) dos orçamentos familiares nos países membros da UE foi gasto em lazer e cultura (6,7%), mobiliário e equipamento doméstico (4,9%), restaurantes e hotéis (4,8%) e vestuário e calçado (4%).