Luxemburgo recuperou 91% do tráfego aéreo de 2019
A Alemanha recuperou apenas 75% do seu tráfego pré-crise pandémica até 2022, França 86%, Espanha 91% e Portugal 96%.
© Créditos: Chris Karaba/Luxemburger Wort
O tráfego aéreo europeu no ano passado regressou a 83% dos níveis pré-pandémicos de 2019, uma recuperação "sólida", revelou o Eurocontrol esta segunda-feira. O observador do tráfego aéreo europeu adiou, no entanto, a estimativa de um regresso aos números pré-crise por um ano, para 2025, justificando o adiamento com a fraca recuperação económica, a inflação e ao risco da guerra na Ucrânia se perpetuar.
Albânia no topo da lista
As companhias aéreas e aeroportos europeus contaram com cerca de 2 mil milhões de passageiros no ano passado, contra 2,42 mil milhões em 2019, com "grandes disparidades" entre países e transportadoras. Estes números incluem todas as partidas e chegadas em solo europeu. A Alemanha, por exemplo, recuperou apenas 75% do seu tráfego pré-crise até 2022, França 86%, Espanha 91% e Portugal 96%. O tráfego na Grécia, por outro lado, atingiu 101% do volume registado três anos antes, e 137% na Albânia.
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Luxemburgo está a sair-se bem
A recuperação do tráfego aéreo está a ter lugar a ritmos muito diferentes. E o Luxemburgo, só com o aeroporto do Findel, está a sair-se bastante bem. De facto, havia "apenas" menos 7.000 voos (partidas e chegadas combinadas) no país em 2022 do que em 2019, ou seja, uma queda de 9%, segundo o Virgule.
O tráfego aéreo do Grão-Ducado recuperou assim 91% do seu nível de 2019, de acordo com o Eurocontrol.
Outra organização, a ACI Europe, tinha mesmo anunciado uma tendência positiva para o aeroporto de Findel no final de outubro. Isto não se reflete nos números do Eurocontrol, onde a Albânia (+37%), Arménia (+32%), Bósnia-Herzegovina (+14%) e Grécia (+1%) são os quatro países europeus com uma tendência positiva entre 2019 e 2022.
Há seis países que estão ligeiramente em baixa, em menos de 10%: os destinos de verão de Portugal (-3%), Croácia (-7%), Turquia (-7%) e Espanha (-8%); depois o Luxemburgo e a Roménia (-9%).
Ryanair consolidou posição de liderança na Europa
Do lado das companhias aéreas, são as companhias de baixo custo que emergiram mais fortes da crise, recuperando 85% do seu tráfego de 2019, em comparação com 75% para as transportadoras tradicionais. A Ryanair consolidou a sua posição de liderança na Europa, alcançando 109% dos seus voos no ano passado em comparação com os três anos anteriores, tal como a Volotea.
Os voos da Air France representaram 80% do nível de 2019, os da Lufthansa 72%, ligeiramente melhor que os da British Airways (71%), de acordo com o Eurocontrol.
Após o surgimento da variante Omicron no início do ano e depois da invasão da Ucrânia, "o tráfego ainda recuperou para 86% (do nível de 2019) em maio e permaneceu até ao final do ano numa faixa estreita de 86% a 88%", sublinha o observador.
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O grande desafio será limitar os atrasos
O Eurocontrol prevê que o número de voos anuais na sua área de competência irá atingir 92% do número em 2019 este ano, mas espera um ano "difícil", sendo o desafio limitar os atrasos, um flagelo que afetou muitos viajantes, em particular no início do verão de 2022.
Devido, em parte, à escassez de pessoal nos aeroportos, o número de chegadas e partidas pontuais atingiu 72% e 66% do total respetivamente, 6 ou 7 pontos percentuais abaixo do que em 2019.