Luxemburgo consumiu menos 19% de gás em 2022 que nos cinco anos anteriores
Desde agosto, o Grão-Ducado poupou em gás natural mais do que a meta dos 15% traçada pela Comissão Europeia.
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A poucas semanas de terminar o ano, as estimativas apontam para uma redução do consumo de gás no Luxemburgo, durante 2022.
O aumento dos custos energéticos e dos combustíveis, agravados pela guerra na Ucrânia, e o compromisso europeu, assumido pelo governo do Grão-Ducado, de reduzir o consumo em 15% são apontados como os fatores que contribuíram para este decréscimo.
Segundo a análise mais recente do Statec, publicada a 5 de dezembro, o país "consumiu muito menos gás durante os primeiros nove meses" do ano, por "comparação com a média dos cinco anos anteriores (-19%, em comparação com -7% na UE)".
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"O aumento dos preços da energia em 2022 teve, portanto, um impacto retumbante no consumo. Por outro lado, as medidas de ajuda tomadas nos países vizinhos eliminaram temporariamente a vantagem competitiva dos preços das bombas do Luxemburgo, levando a uma queda nas vendas de combustíveis", explica o relatório do instituto de estatísticas luxemburguês.
Os dados do governo confirmam os números da poupança. Num relatório publicado também a 5 de dezembro, sobre os esforços para reduzir o consumo de gás natural no Luxemburgo, o Ministério da Energia revelou que em novembro a redução do consumo de gás "correspondeu a aproximadamente 33%, em comparação com o período de referência de 2017 a 2022".
Pelo menos desde agosto, e segundo os dados do ministério, o Luxemburgo não só tem cumprido, como ultrapassado os 15% de poupança no consumo de gás natural. Em agosto, a redução correspondeu a cerca de 37%, em setembro foi de cerca de 26%, em outubro em torno dos 36%.
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Estes esforços de redução do consumo de gás natural fazem parte de um compromisso europeu que tem como período de abrangência 1 de agosto de 2022 e 31 de março de 2023.
Mas o primeiro trimestre do próximo ano pode trazer desafios, como avisa o Statec. "A confiança das empresas e das famílias continua a deteriorar-se com a aproximação do inverno, sugerindo que o fim do ano e o início de 2023 serão ainda mais difíceis", alerta o organismo, salientando que "a evolução do conflito na Ucrânia, a evolução dos preços da energia nos mercados, as futuras decisões de política monetária e mesmo as temperaturas do inverno que se aproxima", ditarão a trajetória económica do país e da zona euro.