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Liberty Steel reabre por dois dias. "Areia para os olhos", diz LCGB

A unidade de Dudelange vai retomar a produção esta semana, mas apenas por dois dias. LCGB diz que reabertura temporária não é mais do que "atirar areia para os olhos.

Thomas BERTHOL

A unidade de produção da Liberty Steel, em Dudelange, vai retomar atividade temporariamente esta semana, mas apenas por dois dias, quarta e quinta-feira, de acordo com o secretário-geral adjunto da LCGB, Robert Fornieri. O sindicalista vê este recomeço temporário como nada mais do que "areia para os olhos".

A unidade volta a reabrir depois dois dias de atividade em julho, mas algo que não passa de uma mera "faísca para tranquilizar" em que "nada é garantido ou fiável".

O principal credor do dono da Liberty, o grupo financeiro Greensill Capital, declarou insolvência no Reino Unido em março de 2021. A unidade de Dudelange está parada desde então, com a exceção da retoma temporária em julho deste ano e agora a mais recente, prevista para esta semana.

Durante a retoma temporária desta semana apenas serão produzidas entre 2.000 e 2.500 toneladas de chapas de aço galvanizado, um ato de "fachada" e "insignificante", descreve Robert Fornieri. "Em comparação com a capacidade mensal da fábrica, isto não representa sequer 5%", acrescenta.

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Retoma prevista em outubro

Robert Fornieri considera que a empresa "não tem sido um parceiro fiável durante muito tempo e que deve ser encontrada uma alternativa".

E relembrou que, de acordo com o plano industrial da Liberty Steel, está previsto o reinício de atividade já em outubro. "De momento, a situação é triste e desconfortável porque os empregados continuam a sair. Pessoas qualificadas e competentes estão de partida enquanto a situação continua e a Liberty está determinada a manter as ordens. O perigo agora é que não teremos as competências necessárias para estar operacionais quando precisarmos de maior volume", lamenta.

Enquanto aguarda por uma verdadeira recuperação, o sindicalista da LCGB afirma que os 170 empregados mantêm-se esperançosos e otimistas: "O que eles querem acima de tudo é trabalhar e produzir. Não se inscreveram para fazer trabalhos de manutenção e instalação ou para estar em casa à espera que alguém os chame. Esta forma de agir é uma forma de matar o trabalho.

Robert Fornieri critica ainda a "determinação" da empresa britânica em "manter o local e não dar uma oportunidade a um comprador industrial de lhe dar um futuro".

O grupo GFG Alliance, proprietário da Liberty de Dudelange, está com atrasos de pagamento ao Estado britânico e tem suspensos outros pagamentos junto do grupo financeiro Greensill Capital, seu credor que está em processo de insolvência desde março de 2021.

Depois de declarada insolvência do credor, o ministro da Economia, Franz Fayot, garantiu dias depois que "o Estado não vai abandonar a unidade de produção de aço [da Liberty] de Dudelange".

Apesar disto, a situação mantém-se num impasse desde então, com os sindicatos a pedir mais garantias de manutenção dos postos de trabalho.

(Artigo original publicado na edição francesa do Luxemburger Wort.)