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Guerra na Ucrânia

Embargo ao petróleo russo. Charles Michel ainda acredita em acordo antes da cimeira

A posição hoje expressa pelo presidente do Conselho Europeu l contrasta com a da própria presidente da Comissão, Von der Leyen, que na terça-feira insurgiu-se contra as “falsas expectativas” sobre a possível aprovação durante a cimeira de dias 30 e 31.

Trabalhadores numa refinaria na Hungria, perto de Budapeste, que recebe o crude russo. País tem sido um dos opositores do embargo europeu ao petróleo russo.

Trabalhadores numa refinaria na Hungria, perto de Budapeste, que recebe o crude russo. País tem sido um dos opositores do embargo europeu ao petróleo russo. © Créditos: Attila Kisbendek/AFP

Fonte: Lusa

O presidente do Conselho Europeu disse hoje ainda acreditar que os Estados-membros da União Europeia (UE) cheguem a um acordo sobre o embargo ao petróleo russo antes da cimeira da próxima semana, apesar de persistir o bloqueio húngaro.

“Ainda estou confiante na nossa capacidade de resolver essas questões antes do Conselho Europeu” extraordinário, que terá lugar nas próximas segunda e terça-feira em Bruxelas, disse Charles Michel, por ocasião de uma visita a Estocolmo.

Charles Michel, que esta semana recebeu uma carta do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a recomendar que a questão do embargo ao petróleo russo não seja incluída na ordem de trabalhos da cimeira, pois seria “contraproducente”, admitiu que as negociações com Budapeste vão ser “difíceis”, mas argumentou que a unidade “exige muitos esforços”.

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“Estamos a trabalhar muito arduamente para resolver esta questão e levar adiante a proposta da Comissão Europeia”, declarou, reiterando a importância de a UE manter a resposta unida à agressão militar russa à Ucrânia e que, alega, "surpreendeu" Moscovo.

"Não é um tema apropriado para ser resolvido no Conselho Europeu”

A posição hoje expressa por Charles Michel contrasta com a da própria presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que na terça-feira insurgiu-se contra as “falsas expectativas” sobre a possível aprovação durante a cimeira de dias 30 e 31 de um sexto pacote de sanções contra Moscovo.

Von der Leyen salientou que ainda estão a ser discutidos temas “técnicos” para tentar mudar a postura da Hungria – a decisão requer unanimidade -, segundo explicou, acrescentando que “não é um tema apropriado para ser resolvido no Conselho Europeu”.

Em causa está o sexto e novo pacote de sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia, proposto em 04 de maio pela Comissão Europeia, após a instituição ter abrangido, no anterior conjunto de medidas restritivas, a proibição da importação de carvão.

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Este sexto pacote prevê uma eliminação total e gradual da importação de todo o petróleo russo para assim reduzir a dependência energética europeia face à Rússia, estipulando também uma derrogação de um ano suplementar para Hungria e Eslováquia.

A Hungria já veio rejeitar a proposta de um embargo progressivo da UE ao petróleo russo nos termos propostos pela Comissão Europeia, alegando que põe em causa a segurança energética do país.