Contacto

Dudelange. Sindicatos preocupados com futuro dos funcionários da Liberty

A Liberty comprou a ArcelorMittal Dudelange em 2018, depois de uma decisão da Comissão Europeia ter forçado a siderúrgica luxemburguesa a vender parte das suas atividades na Europa.

© Créditos: Alain Piron

As centrais sindicais LCGB e OGBL manifestaram esta quarta-feira a preocupação sobre os postos de trabalho na unidade de produção de aço da empresa Liberty, em Dudelange. E pediram uma reunião de emergência à administração do grupo no Luxemburgo.

O grupo GFG Alliance, proprietário da Liberty de Dudelange, está com atrasos de pagamento ao Estado britânico e tem suspensos outros pagamentos junto do grupo financeiro Greensill Capital, seu credor que está em processo de insolvência.

Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a LCGB, sindicato maioritário na Liberty de Dudelange, mostra-se preocupada com as consequências deste problema não só para a saúde financeira da empresa, mas também com o impacto no comportamento dos seus fornecedores e clientes. A LCGB exige explicações e garantias claras quanto a um possível risco sobre os postos de emprego na unidade de Dudelange.

As incertezas sobre a avaliação dos ativos do fundo ligados ao dono da Liberty, Sanjeev Gupta, está também a fazer aumentar as preocupações da OGBL, "que desde o início identificou as fragilidades na construção financeira do projeto Liberty" no Luxemburgo.

A Liberty comprou a ArcelorMittal Dudelange em 2018, depois de uma decisão da Comissão Europeia ter forçado a ArcelorMittal a vender parte das suas atividades na Europa. Segundo os responsáveis da OGBL, o novo comprador "é conhecido pela expansão brutal e aquisição de várias unidades fabris na Europa, ao mesmo tempo em que se endividava em grande escala".

No início de 2020, o proprietário da Liberty Steel, Sanjeev Gupta, anunciou um investimento de 100 milhões de euros na filial Liberty Liège-Dudelange, mas até ao momento a OGBL refere que os atuais 250 funcionários de Dudelange "ainda não viram nada de concreto".

Neste cenário de incerteza para os trabalhadores, os sindicatos pediram um encontro de emergência com a administração do grupo no Luxemburgo e referem que mantêm-se em estreito contacto com o Estado luxemburguês e com os sindicatos europeus envolvidos no processo de insolvência do credor da Liberty.