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Desemprego parcial. Saiba porque é que as empresas vão ter que devolver 334 milhões

Em causa estão os subsídios de desemprego parcial pagos indevidamente pelo Estado às empresas, esclarece Tom Hoswald, coordenador-geral do Ministério do Trabalho, Emprego e Economia Social.

© Créditos: António Pires

As empresas já começaram a devolver o valor que receberam a mais do subsídio do desemprego parcial avançado pelo Estado. Ao todo terão que reembolsar cerca de 334 milhões de euros. Recorde-se que o Estado luxemburguês avançou cerca de 800 milhões de euros para pagar 80% dos salários dos trabalhadores em desemprego parcial. "Houve um momento em que 30% da massa salarial do Luxemburgo" foi suportada através desta medida, esclarece Tom Hoswald, coordenador-geral do Ministério do Trabalho, Emprego e Economia Social em declarações ao Contacto.

Para responder ao impacto económico provocado pelo lock down que levou empresas a "deixar de poder trabalhar de um dia para o outro" o Governo reagiu "rapidamente" e avançou com um sistema simplificado de desemprego parcial que pretendia "facilitar o procedimento de atribuição do desemprego parcial". Para receber esta prestação bastava às empresas comunicar a dia 12 de cada mês, os salários do trabalhadores que estavam em desemprego parcial para poderem receber o montante pago no mês anterior. Mas este sistema exigia que todos os trabalhadores que tiverem a ser apoiados pelo desemprego parcial "não podem trabalhar", esclarece Tom Oswald.

Com a progressiva recuperação da economia, muitas empresas voltaram a funcionar parcialmente e certos trabalhadores em desemprego parcial voltaram a trabalhar. Assim, sublinha o dirigente do Ministério do Trabalho, o Governo contabilizou as horas que foram trabalhadas e está, agora, a pedir às empresas que devolvam a verba que foi paga em excesso.

"Certas empresas, por exemplo, decidiram ter cinco trabalhadores em desemprego parcial de uma forma preventiva". diz. Mas algumas destas empresas voltaram a trabalhar parcialmente, os trabalhadores em desemprego parcial voltaram a laborar. "Quando alguns assalariados começaram a trabalhar, têm atividade e nesse caso devem ser os patrões a pagar o seu salário", esclarece Tom Hoswald. Este dirigente sublinha que "nestes casos o que pedimos é que o que pagámos a mais seja reembolsado".

No acordo verificou-se "quais os empregados que estavam de licença, ou baixa por doença, ou que alguns trabalharam algumas horas, quando no início o empregados pediu o avança da verba considerando que estavam em desemprego parcial", esclarece Tom Hoswald. Agora terão que devolver essa verba. Sem adiantar quantas empresas já fizeram esse pagamento, o dirigento do Ministério do Trabalho diz apenas "que um grande número de empresas já pagou as suas dívidas".

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"Isto não quer dizer que as empresas cometeram alguma falha ou tenham feito alguma coisa de errado", sublinha. Porque muitas destas empresas "não sabiam quando poderiam reabrir" e quando é que os trabalhadores, que estavam em desemprego parcial, voltariam a trabalhar. E muitas já tinham o reembolso dos salários pagos. Agora têm que devolver o dinheiro.

Continuação do desemprego parcial em aberto

O atual sistema de desemprego parcial está em vigor até 31 de dezembro. E o que sucede a seguir? "Temos que ver se o prolongamos e de que forma o vamos fazer", responde Tom Oswald. Depois "teremos que analisar se se deve aplicar a todos os setores ou só aos que necessitam", revela o coordenador-geral do Ministério do Trabalho. "A nossa ideia é preservar o emprego e garantir trabalho. Essa é a lógica que está por detrás de todas as medidas que tomámos". conclui.