Crise sem precedentes poderá afetar ladrilhadores, pintores e até eletricistas
A Câmara dos Ofícios alerta para a "diminuição considerável" do nível de atividade no setor da construção.
© Créditos: Anouk Antony/Luxemburger Wort
É um cenário sombrio aquele traçado pela Câmara dos Ofícios para o futuro do setor da construção no Luxemburgo. Em comunicado enviado às redações, o organismo alerta para a "diminuição considerável do nível de atividade no ramo, antevendo perspetivas pouco encorajadoras para 2023".
Em causa está a inflação, a subida dos preços da energia, o aumento do custo dos materiais e salários e sobretudo o aumento das taxas de juro o que, segundo aquela câmara profissional, levaram a uma "redução maciça dos investimentos" em construções.
Quebra nas vendas de novos apartamentos
A Câmara dos Ofícios faz referência aos dados do Instituto Nacional de Estatísticas (Statec), segundo os quais, a venda de apartamentos novos caiu 64% no terceiro trimestre de 2022. Além disso, o setor estima que em 2023 sejam construídas menos 1.500 casas. Em vez de 3.800, só deverão ser concluídas 2.300 unidades.
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A organização alerta para o risco de o nível de atividade no mercado das novas construções vir a degradar-se com "uma intensidade acrescida", o que afetará, em primeiro lugar, as profissões mais gerais do setor, mas também aquelas ligadas aos acabamentos, de ladrilhadores a pintores, passando pelos trabalhadores que colocam os telhados e até profissões como eletricistas.
"Inúmeras empresas de diferentes segmentos não serão capazes de compensar rapidamente a quebra da produção e arriscam-se a sofrer uma situação sem novas encomendas nos próximos meses", lê-se na nota.