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Ryanair deixa o aeroporto de Bruxelas

A low-cost irlandesa anunciou na quarta-feira a saída definitiva do aeroporto de Bruxelas-Zaventem.

© Créditos: Niall Carson/PA Wire/dpa

Fonte: AFP

A companhia aérea irlandesa Ryanair, que tem estado regularmente em conflito com os seus funcionários belgas, anunciou na quarta-feira que vai deixar definitivamente a sua base no aeroporto de Bruxelas-Zaventem por causa das tarifas aeroportuárias consideradas demasiado elevadas.

A decisão não afeta a atividade da Ryanair no aeroporto de Charleroi (sul), onde a companhia serve dez vezes mais destinos.

Em comunicado de imprensa, Michael O'Leary, CEO da empresa, apontou o dedo "à decisão do aeroporto de Zaventem de aumentar os preços em 11% para as companhias aéreas e passageiros a partir de abril de 2023".

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Como resultado, a base da Ryanair em Zaventem, temporariamente fechada durante o inverno, "não reabrirá no verão de 2023".

A empresa disse que este encerramento não impedirá a companhia de servir Bruxelas-Zaventem com aviões que não tenham ali a sua base, operados por pessoal sediado fora da Bélgica.

A Ryanair diz que irá manter 12 destinos, quase exclusivamente na bacia do Mediterrâneo.

Cerca de 60 postos de trabalho em causa

De acordo com os sindicatos belgas, cerca de 60 empregos estão em causa. "São 44 tripulantes de cabina (hospedeiras, comissárias de bordo) e cerca de 15 pilotos", disse à AFP Didier Lebbe, secretário permanente do sindicato cristão CNE.

"A decisão da Ryanair tem um impacto limitado", disse o concessionário do aeroporto, Brussels Airport, confirmando que 12 dos 16 destinos em oferta no verão serão mantidos.

A Brussels Airport justificou o aumento das tarifas em particular com "a subida acentuada dos preços da energia" e "uma inflação muito elevada".

"As companhias aéreas foram consultadas sobre este assunto e estas tarifas foram fixadas e supervisionadas por um regulador independente", acrescentou.

O anúncio da transportadora irlandesa vem num contexto de disputa com a sua tripulação de cabina com base na Bélgica, que mais uma vez entrou em greve durante dois fins de semana seguidos durante a quadra festiva.

Os sindicatos acusam a Ryanair de não respeitar a legislação belga sobre horas de trabalho e salários mínimos, entre outras coisas, e de exercer "pressão" sobre os empregados para irem trabalhar para outro lado.