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Ronaldo destrona “rei” Eusébio e já é o segundo goleador de Portugal

Com o seu primeiro "hat-trick" na equipa nacional, frente à Irlanda do Norte, Cristiano Ronaldo tornou-se hoje o segundo melhor marcador da história da seleção portuguesa de futebol, superando por dois golos os 41 do lendário Eusébio.

Foto: AP

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Com 43 golos marcados em 106 jogos disputados pela “equipa das quinas”, o que faz do avançado do Real Madrid o terceiro jogador com mais internacionalizações por Portugal, Ronaldo está a caminho de bater todos os recordes na seleção, apesar de ainda lhe faltarem quatro golos para igualar o registo de Pauleta, o maior goleador luso, com 47 remates certeiros.

Se o recorde de Pauleta parece condenado a curto/médio prazo, o registo do “rei” Eusébio caiu hoje em Belfast, onde Portugal derrotou por 4-2 a Irlanda do Norte, adversátrio frente ao qual o “pantera negra” marcou o seu último golo pela seleção, a 28 de março de 1973, no empate 1-1.

Pouco tempo depois de ter completado uma década ao serviço da seleção portuguesa, o avançado, que, aos 27 anos, já se tinha tornado o mais jovem a atingir as 100 internacionalizações, procura sobrepor-se à maior figura do futebol nacional, apesar de o Eusébio ter uma média claramente superior, pois necessitou de apenas 64 partidas para atingir a marca de 41 golos (0,64 por jogo contra 0,40).

Ronaldo está a apenas quatro encontros de igualar o antigo defesa Fernando Couto, segundo mais internacional de sempre, com 110 presenças pela equipa lusa, e mesmo o recorde de 127 internacionalizações de Luís Figo parece ser uma questão de tempo – os dois jogadores já eram “trintões” quando atingiram a marca dos 100 jogos.

Cristiano Ronaldo Santos Aveiro nasceu a 05 de fevereiro de 1985, no Funchal. Formado nas escolas do Sporting, ganhou “asas” no Manchester United, tendo conquistado uma Liga dos Campeões e sido eleito melhor futebolista mundial em 2008, antes de se mudar para o Real Madrid, o que aumentou a rivalidade com Lionel Messi pelo estatuto de melhor do Mundo, sempre favorável ao argentino.

O reinício do particular com o Cazaquistão (vitória por 1-0), a 20 de agosto de 2003, em Chaves, foi premonitório. Com apenas 18 anos, Ronaldo estreou-se na seleção portuguesa pela mão do selecionador Luiz Felipe Scolari, substituindo Figo após o intervalo, e a titularidade surgiu no jogo seguinte, com a Albânia (5-3).

O jovem prodígio regressou ao banco de suplentes, mas isso não o impediu de se estrear a marcar, à oitava partida com a camisola das quinas, em cima dos 90 minutos, na derrota por 2-1 com a Grécia, no arranque do agridoce Euro2004, organizado em Portugal.

O treinador brasileiro ainda “resistiu” a colocá-lo na equipa inicial no encontro seguinte, com a Rússia (2-0), mas apelou à magia de Ronaldo na terceira e decisiva partida da primeira fase, com a Espanha, que a seleção nacional ganhou por 1-0, apurando-se para os quartos-de-final.

O avançado foi titular nos três jogos até à final, marcando mais um golo pelo caminho, nas “meias”, frente à Holanda (2-1), mas foi incapaz de evitar uma das derrotas mais amargas do futebol português, de novo com a Grécia, por 1-0, num Estádio da Luz carregado de esperança pela conquista do primeiro grande título internacional. Foi o 13.º jogo de Ronaldo por Portugal.

A seleção holandesa é, aliás, a maior vítima da eficácia do avançado, que marcou por quatro vezes à “laranja mecânica”, a última das quais há três semanas, no empate 1-1 em Faro, em jogo de preparação para o confronto de Belfast.

Os outros dois tentos marcados aos holandeses surgiram no Euro2012, o mais recente dos sete “bis” ao serviço da equipa nacional de Ronaldo, que lhes começou a “tomar o gosto” na goleada por 7-1 à Rússia, em 2004.

Com três golos – marcou também à República Checa, nas meias-finais -, o Europeu de 2012 superou os dois tentos do Euro2004 e foi o mais produtivo do avançado, que tem brilhado a meia-luz nas grandes competições, ficando-se por um único remate certeiro nos Mundiais de 2006 e 2010 e no Europeu de 2008.

Lusa