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Menos adeptos, estádios pequenos e muito calor. A nova vida de Ronaldo na Arábia Saudita

O internacional português deverá fazer a sua estreia pelo Al Nassr no domingo, numa realidade muito diferente daquela a que se habituou.

© Créditos: Jorge Ferrari/Al Nassr Football Club/AFP

Fonte: AFP

Depois de brilhar nos maiores palcos do futebol mundial, Cristiano Ronaldo terá de lidar com estádios mais pequenos, equipas mais pequenas e temperaturas muito mais elevadas na Arábia Saudita.

O Campeonato da Arábia Saudita, onde deverá fazer a sua estreia no domingo, é um salto no desconhecido para o avançado português de 37 anos, habituado a jogar no Santiago Bernabéu do Real Madrid e no Old Trafford do Manchester United.

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A sua chegada ao país do Golfo foi facilitada por uma soma pesada: 200 milhões de euros para se juntar a Al-Nassr, e também para ser o futuro embaixador da provável candidatura da Arábia Saudita ao Campeonato do Mundo de 2030, de acordo com fontes próximas do clube.

Mas a mudança é significativa para o pentacampeão da Bola de Ouro e pentacampeão da Liga dos Campeões, que terá de jogar em estádios modestos como o Al Batin, que tem apenas 6.000 lugares.

O campeonato saudita, a Saudi Pro League, opõe 16 equipas e levará Ronaldo de Dammam na costa do Golfo até Jeddah no Mar Vermelho, passando pelas cidades provinciais de Majma'ah e Hofuf no deserto.

"Multidões a que Ronaldo está habituado não existem"

Embora o Al-Hilal e o Al-Ittihad, os gigantes do futebol saudita, tenham estádios com 62.000 lugares, algumas equipas têm instalações mais básicas, com menos de 10.000 adeptos e campos por vezes rodeados de pistas de atletismo.

Os estádios não estão todos nas suas "melhores condições", admite Moqbel al-Zabni, editor do jornal desportivo Al-Riyadiah, acrescentando que também nem sempre estão "a rebentar pelas costuras".

"As multidões a que Ronaldo está habituado não existem" no reino, explica.

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Ronaldo vai estrear-se na liga saudita no Mrsool Park, um estádio com capacidade para 25.000 espectadores na capital Riade, onde foi apresentado aos adeptos no início do mês.

A estrela portuguesa provavelmente não terá de conduzir através do vasto país desértico, uma vez que o Al-Nassr geralmente aluga aviões, mas terá de enfrentar o calor abrasador do Golfo.

O campeonato, que decorre de agosto a maio, evita os picos de calor do verão que regularmente excedem os 40 graus.

A maioria dos jogos são disputados à noite, mas mesmo à noite a temperatura pode subir acima dos 30 graus entre março e setembro.

"O clima será um desafio para Ronaldo", avalia Saleh al-Khalif, editor-adjunto do Al-Riyadiah.

Campeonato saudita não vai ser "canja" para CR7

Com Ronaldo, Al-Nassr espera ganhar o seu primeiro título da Liga dos Campeões da Ásia, juntando-se aos seus grandes rivais, Al-Hilal e Al-Ittihad, que já foram coroados campeões várias vezes.

Se a liga saudita não é como a de Inglaterra, Espanha e Itália, onde Ronaldo passou a maior parte da sua carreira, é uma liga competitiva, com seis vencedores diferentes nos últimos 14 anos.

Não será "canja" para Ronaldo, diz Saleh al-Khalif.

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A Saudi Pro League tem 128 jogadores estrangeiros, sendo que cada equipa pode apenas ter oito no plantel.

No Al-Nassr, treinado pelo francês Rudi Garcia, Ronaldo jogará ao lado do colombiano David Ospina, antigo guarda-redes do Arsenal e Nice, e do médio brasileiro Luís Gustavo, anteriormente jogador do Bayern de Munique e do Marselha.

A sua primeira tarefa será manter o clube no topo da tabela e assegurar o seu primeiro título em quatro anos. Mas os seus oponentes estarão interessados em detê-lo.

"Ronaldo é uma lenda (...) todas as equipas jogarão para (vencê-lo)", estima Saleh al-Khalif.