Romance de escritor brasileiro lidera top de vendas no Luxemburgo
O romance "D’amour et d’acier", tradução de "A dama e o luxemburguês", do escritor brasileiro Marc André Meyers, lidera o top de vendas dos "bestsellers" luxemburgueses.
© Créditos: Guy Jallay
O romance "D’amour et d’acier", tradução de "A dama e o luxemburguês", do escritor brasileiro Marc André Meyers, lidera o top de vendas dos "bestsellers" luxemburgueses.
Traduzido para francês pela ex-jornalista portuguesa Sónia da Silva, o romance do escritor brasileiro está em primeiro lugar no top de vendas estabelecido mensalmente pela Federação Luxemburguesa de Livreitos e pela associação de editores luxemburgueses ("Lëtzebuerger Bicherediteuren"), entre a literatura produzida no Luxemburgo.
"D'amour et d'acier", publicado pelas Edições Saint-Paul em meados de Março, lidera a lista dos livros de ficção mais vendidos no Luxemburgo, à frente de "Amok", de Tullio Forgiarini (2°), que recebeu o Prémio da União Europeia para a Literatura, e de "Dräi Laïchen zu Koplescht", de Rich Ruppel (3°).
Em quarto lugar vem o mais recente livro de Claude Frisoni, "Lettre d'amour au peuple qui ne connaissait pas le verbe aimer". O top fecha com um livro da luxemburguesa Josiane Kartheiser, "Gees de mat?".
Inspirado na história do engenheiro luxemburguês Jacques-Louis Ensch, pioneiro da siderurgia luxemburguesa no Brasil, "D'amour et d'acier" conta a história dos amores entre o luxemburguês e uma brasileira de passado controverso, tendo como pano de fundo a saga da indústria siderúrgica no Brasil, nos anos 1920.
O livro, apresentado em Março durante o Festival das Migrações, chegou ao Luxemburgo graças a uma triangulação entre o Brasil, o Grão-Ducado e os portugueses do país.
Em 2013, ano em que a editora brasileira Record publica "A dama e o luxemburguês", o escritor, filho de emigrantes luxemburgueses no Brasil, entra em contacto com o jornal CONTACTO, que publica uma notícia sobre o romance. O livro acaba dessa forma por chegar às mãos de Sónia da Silva – na altura à frente das Edições Saint-Paul, propriedade do mesmo grupo editorial do CONTACTO –, que decide traduzi-lo para francês, de forma a fazer chegar a história aos luxemburgueses.
"Quando li o livro, pensei: 'Isto tem de passar de forma urgente para o património literário do Luxemburgo'", contou Sónia da Silva ao CONTACTO, durante a apresentação da tradução francesa do romance.
Uma aposta claramente ganha. Para a ex-jornalista, doutorada em literatura francesa, o interesse dos leitores pelo romance que traduziu é motivo de "uma grande satisfação pessoal".